
Para além dos problemas mais graves, existe uma série de fenômenos fisiológicos e desconfortos rotineiros que não representam sério risco para a saúde da mãe e do bebé, entre os quais:
Dores de costas, em especial em fases mais avançadas da gravidez, devido ao desiquilíbrio da distribuição do peso do corpo. Aconselham-se (dependendo da gravidade) banhos quentes, massagens, toma de Paracetamol, analgésicos ou narcóticos.
Obstipação, induzida pelas altas concentrações de progesterona no sangue, que aumenta o tempo de digestão e abranda o transito intestinal. É um mecanismo induzido pelo corpo de forma a assegurar uma melhor absorção de nutrientes. O tratamento consiste na ingestão abundante de fluidos, a toma de laxantes suaves, e uma dieta rica em fibras.
Contracções de Braxton Hicks: Contracções moderadas, irregulares, indolores, que não comprometem a gravidez. São causadas pela desidratação, pelo que o tratamento será a ingestão de fluidos.
Edema: Acumulação de fluidos nas extremidades, causando inchaço. É causada pela compressão da aorta e veia cava pelo feto. Os efeitos podem se controlados levantando as pernas acima do nivel do coração, e dormindo de lado.
Sindrome de Refluxo Gastrofágico, causado pelo relaxamento do esfincter esofágico e aumento do tempo de digestão (ver 'obstipação', acima.) Aconselha-se a toma de antiácidos, a ingestão de alimentos menos abundante e mais frequente, e um espaçamento de mais de uma hora entre uma refeição e o deitar.
Hemorroidas: Inchaço e inflamação dos vasos sanguíneos em redor do canal anal, causando hemorrogias e dor. São causadas pela congestão localizada do sitema circulatório devido à obstipação. O tratamento consiste na toma de esteróides e tratamento da obstipação.
Pica: Um impulso para ingerir substâncias tais como terra e argila, causado por uma carência de ferro no sangue. Facilmente tratável com a toma de suplementos alimentares.
Dor abdominal, causada pela distenção do miométrio e musculos abdominais. Recomenda-se a toma de Paracetamol.
Aumento da frequencia urinária, causada pela compressão da bexiga pelo feto. Aumenta gradualmente ao longo da gravidez.
Varizes, causadas pela distenção das paredes das veias e aumento da pressão arterial. As causas podem ser controladas com a elevação das pernas e uso de meias especiais, e os sintomas (inchaço, dor) com banhos quentes. Factores como a obesidade, tendência a estar sentado ou deitado por longos periodos de tempo e o uso de roupas apertadas contribuem para o aparecimento e agravamento das varizes.
Entre outras complicações, mais graves, que poderão pôr em risco a saude de mãe e bebé, listam-se:
Diabetes gestacional (grau de intolerância a glicose que foi primeiramente reconhecida durante a gravidez)
Doença hipertensiva da gravidez- Hipertensão acompanhada de proteinuria e/ou edema, sendo estes chamados de triade da DHEG. Classifica-se a DHEG em duas formas básicas: pré-eclampsia (forma não convulsiva marcado pelo início da hipertensão aguda apos a vigésima semana de gestação) e eclampsia, que é um distúrbio hipertensivo gestacional caracterizado pelos episódios convulsivos consequentes a efeitos cerebrais profundos da pré-eclampsia.
O Síndrome de HELLP é uma grave complicação da gestação caracterizada por: (H) hemolise, (EL) enzimas hepáticas elevadas e (LP) baixa contagem de plaquetas. Aproximadamente 2% das mulheres com o síndrome de HELLP e 8% dos bebés morrem em decorrência do síndrome.
Oligoâmnios-Presença de menos de 200 ml de líquido amniótico na cavidade amniótica intacta durante os últimos meses da gravidez
Placeta prévia- Complicação obstétrica na qual a placenta está fixada à parede uterina cobrindo parcial ou totalmente o cérvice uterino.
A placenta fica implantada, inteira ou parcialmente, no segmento inferior do útero, a partir da 22.ª semana degestação.
Descolamento de placenta
Parto pré-termo (ou nascimento prematuro) ocorre quando o recém-nascido nasce com menos de 37 semanas de idade gestacional (36 semanas e 6 dias ou menos.)
A possibilidade de sobrevivência dos prematuros é 25%, mais alta no caso de meninas
Doenças dermatológicas da gravidez- As manifestações cutâneas durante a gravidez correspondem a
alterações fisiológicas, dermatoses próprias do período gestacional ou doenças pré-existentes. O penfigóide gestacional, a erupção polimorfa da gravidez, a foliculite pruriginosa, o prurigo da gravidez e o prurido gravídico são considerados dermatoses próprias da gestação. Uma forma de psoríase pustulosa grave, o impetigo herpetiforme, está descrito na gestação. As lesões cutâneas da artrite psoriásica, do lúpus eritematoso, da dermatopolimiosite e os pênfigos podem piorar na gravidez. O eritema nodoso e o eritema nodoso hanseniano podem ser desencadeados pela gravidez. O tratamento deve considerar os riscos e benefícios para a mãe e o concepto.
ISOIMUNIZAÇÃO Rh
Todos nascemos com um certo tipo de sangue que pode ser Rh positivo ou Rh negativo.
Se a mãe for Rh positivo, ou quer a mãe quer o pai forem Rh negativo, não há razão para preocupações com incompatibilidade de Rh.
No entanto, se a mãe for Rh negativo e o pai do bebé for Rh positivo, então muito provavelmente, 50% de probabilidade bebé irá herdar o tipo de sangue do pai, causando incompatibilidade entre a mãe
e o feto.
De um modo geral, a isoimunização Rh durante a gravidez resulta da formação de anticorpos pelo organismo da mãe que vão reagir contra os glóbulos vermelhos do bebé, destruindo-os e causando anemia, nas situações de incompatibilidade em que a mãe é Rh negativa e o feto Rh positivo.
A isoimunização Rh pode conduzir à destruição dos glóbulos vermelhos do feto levando a uma anemia grave. Um dos produtos resultantes da destruição dos glóbulos vermelhos é a bilirrubina que
durante a vida no útero não é fonte de problemas porque o organismo materno trata de a eliminar.

As formas graves podem ser fatais ou ter consequências no futuro desenvolvimento do bebé, pelo que a prevenção é fundamental. Normalmente numa primeira gestação nunca ocorre qualquer
problema, a única situação que existe é que a mãe perante os antigénios D presentes no sangue fetal, vai produzir anticorpos anti-D. Numa segunda gestação em que o feto volta novamente a ser Rh
positivo, como a mãe já possui os anticorpos anti-D, eles vão reagir contra os glóbulos vermelhos do bebé, causando uma anemia muito grave, Doença Hemolítica Perinatal (DHPN), podendo resultar na morte do feto.
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